quinta-feira, 7 de fevereiro de 2019

Alessandro Vieira: Candidato Da “Mudança” E Senador Da “Mesmice”?


Eleito senador da República com uma campanha “meteórica” em outubro passado, o delegado da Polícia Civil, Alessandro Vieira (PPS), tinha como suas principais bandeiras o “combate à corrupção” e a “constituição de uma nova política no País”. Ele liderou um movimento “independente”, que se situa na oposição ao governo de Belivaldo Chagas (PSD), mas distante das demais lideranças que cobram e fiscalizam o Poder Executivo. É como se Alessandro fosse o personagem de uma “história”, que entra no meio do “enredo” e já quer “apagar as páginas anteriores”.

No 1º turno da eleição estadual em 2018, Alessandro Vieira defendeu como a “representação da mudança”, o ex-vereador de Aracaju e então candidato a governador, Emerson Ferreira (PPS). Como o médico não teve êxito nas urnas, e já eleito senador, no 2º turno, o delegado decidiu gravar um vídeo para dar publicidade a seu voto no então candidato Valadares Filho (PSB). Mesmo sem ter participado efetivamente da campanha, Alessandro tentou, em vão, transferir votos para o socialista, mas depois “deu uma mergulhada”…

Focado em seu mandato e no discurso da “mudança”, Alessandro Vieira ganhou espaços estratégicos e generosos na mídia com o “processo seletivo” que decidiu fazer em seu gabinete, perdendo uma oportunidade única de valorizar técnicos sergipanos que, geralmente, não são aproveitados, não têm uma oportunidade de poderem contribuir, com seus respectivos conhecimentos, no serviço público. Uma seleção com critérios subjetivos, e aberta para candidatos de todos os Estados brasileiros. Excelente, se ele não tivesse sido eleito pelos sergipanos…

Mas ao assumir, propriamente, seu mandato em Brasília, Alessandro Vieira surpreendeu a sociedade sergipana quando da eleição da Mesa Diretora do Senado Federal, fez um “barulho” para se posicionar contra o senador Renan Calheiros (MDB/AL), mas estranhamente optou pela candidatura do presidente eleito Davi Alcolumbre (DEM/AP). Quem acompanha a “linha” do senador por Sergipe, esperava que ele seguisse o voto na candidatura do também senador José Reguffe (sem partido/DF), que também sonha e defende uma “nova política”, mas o delegado escolheu o democrata…

Nada contra o novo presidente do Congresso Nacional, mas é de se estranhar quem em Sergipe condena a “velha política” e em Brasília muda o discurso, destoa de seus posicionamentos. Alessandro Vieira “emergiu” igual a um “cometa”, mas precisa tomar cuidado para que esse “fenômeno” pode ressurgir apenas em 20 ou 30 anos. Reguffe se recursa a receber verbas indenizatórias, salários extras, auxílio-moradia, carro oficial, gasolina, viagens internacionais, correios, aposentadoria especial, plano de saúde e mantém apenas nove assessores no seu gabinete.

Já Alessandro Vieira, que é muito bom de discurso, diga-se de passagem, em Sergipe, para ser mais específico, parece ter “amolecido” quando entrou na “panela” do Congresso Nacional. Poderia contribuir ainda mais com o erário público, assim como fez Reguffe, abrindo mão, em caráter irrevogável, das “benesses do poder”. Aí sim o senador por Sergipe estará gerando economia de fato, alinhando “a teoria à prática”, voltando a ser o candidato da “mudança” e não o senador da “mesmice”. É aquela coisa: faça o que eu falo, mas não faça o que eu faço…

E aí, Alessandro?
Com a economia feita das benesses, sozinho Reguffe já proporcionou uma economia de mais de R$ 16 milhões aos cofres públicos. Segundo ele, se os demais seguissem a mesma norma, a economia seria de R$ 1,3 bilhão. E aí, delegado Alessandro Vieira. Que tal ser o segundo na lista?

Veja essa!
Ainda vai dar muito que falar a suposta fraude que ocorreu na eleição da presidência do Senado Federal. O presidente eleito, Davi Alcolumbre, já determinou que a Corregedoria investigasse o caso e tome todas as providências cabíveis.

E essa!
O senador Alessandro Vieira, delegado de carreira, era um dos escrutinadores designados para fazer a vigilância da votação. Hoje ele fala que não tme dúvidas da fraude. Mas no momento decisivo, o investigador “comeu mosca”…

Fala Alessandro!
“Um senador da República deliberadamente preencheu duas vezes uma cédula de votação. Duas vezes! E fez isso em benefício de um senador especificamente. Isso vai ser apurado porque alguém se deu ao desfrute, teve a ousadia de tentar fraudar uma votação na frente do Brasil inteiro”, disse Alessandro à Agência Senado.
Fonte: 93noticias.com.br