Pela segunda eleição consecutiva os partidos usam muitas mulheres como massa de manobra. Uma vergonha! Cadê a fiscalização do TRE?
O Blog A BARRA E A NOTÍCIA, do Radialista Givaldo Silva, sempre vem mostrando que partidos registram algumas candidaturas femininas para simplesmente cumprir a legislação eleitoral e depois as abandonam as mulheres à própria sorte.
Muitas candidatas pela segunda eleição seguida ao cargo de vereadora no estado de Sergipe, centenas de mulheres repetiram no domingo 06 de outubro de 2024, o mesmo roteiro traçado há quatro anos: votação quase zerada ou inexpressiva após não receberem um centavo sequer para fazer campanha e muitas das recebem só pra ser candidata, no sentido de cumprir a cota de gênero. A situação reflete um cenário revelado pela imprensa nacional, há duas semanas, em que partidos registram algumas candidaturas femininas para cumprir a legislação eleitoral e depois as abandonam à própria sorte.
A lei estabelece um mínimo de 30% de mulheres nas disputas pelos legislativos, com o mesmo patamar de destinação de verbas das legendas. A eleição deste ano é a primeira em que o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) analisará casos suspeitos de burla à essa norma com base em regras pré-definidas para identificar indícios de candidaturas-laranjas, ou seja, o registro de uma mulher apenas para cumprir a cota.
Os critérios, definidos ainda em abril, para reconhecer uma candidatura fictícia são: votação zerada ou pífia das candidatas; prestação de contas com movimentação financeira irrelevante; e ausência de atos efetivos de campanha.
No domingo o 06 de outubro, 36.684 candidatos às câmaras municipais tiveram até dez votos — 22.733 mulheres, o equivalente a 62%. Destas, 791 não tiveram nem mesmo o próprio voto.
É o caso de Eliene Nascimento (Republicanos), que foi candidata a vereadora em Barra dos Coqueiros, cidade da Região Metropolitana a 1 quilômetro de Aracaju, e ficou zerada na urna. Isso mostra que ela não votou em si mesma.
Muitas mulheres no estado de Sergipe, só se registrou na disputa "porque faltaram pessoas na coligação". Segundo Givaldo Silva, muitas aceitaram se candidataram a pedido de um dirigente do partido no município.
Em muitas cidades de Sergipe, principalmente no interior do Estado de Sergipe, muitas mulheres que foram candidatas a vereadora obtiveram um ou dois votos e as vezes nenhum voto. Em 2020, muitas já disputaram o cargo, e tiveram votações diferentes.
O número de candidatas eleitas vereadoras no domingo cresceu em relação à eleição passada em 2020. As mulheres vão ocupar 10.603 vagas, equivalente a 18,2% do total de cadeiras nas câmaras municipais. Antes, elas representavam 16,1%. Apesar da alta, a proporção ainda está longe dos 51,5% que as mulheres representam na população do país.
Muitos partidos tiveram candidatas com votação de um, dois votos e outros votação zerada, com centenas de candidatas a vereadora com votações inexpresivas. O presidente do TRE-SE, deverá checar os casos.
É de suma importância apurar os municípios onde ocorreram votação zero e o porquê desse resultado. Antes de cravar a possibilidade de "candidatas-laranja", há que se ponderar se houve casos de desistência de candidaturas após as convenções
Deixadas pelos partidos
Mulheres que relataram ao ABN ter sido abandonadas pelos seus partidos durante a campanha deste ano também não tiveram sucesso nas urnas.
Algumas mulheres afirmaram ter ficado decepcionada com o resultado nas urnas.
"Mandava mensagem (ao partido) e não me respondiam. A verba demorou para sair. Não me candidato mais. Foi a primeira e última vez. O partido me convidou a insistiu para encher a cota das mulheres e eu resisti bastante" — afirmou uma candidata a vereadora ao ABN
Quando os presidentes dos partidos são questionados sobre a situação dos recursos para as mulheres, a maioria afirmou que o problema de falta de recursos a mulheres é "matemático": — Não temos como atender a todos os candidatos.
Até quando vão usar as mulheres para eleger a maioria do sexo masculino?