Por Redação / BN
Foto: Reprodução / Youtube
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Nesta terça-feira (4), o governo da Austrália anunciou a proibição do uso de produtos, aplicativos e serviços da DeepSeek em computadores e dispositivos móveis pertencentes ao Estado. A medida exige que servidores públicos de todos os órgãos governamentais federais removam imediatamente qualquer produto da empresa de seus dispositivos institucionais. A determinação, no entanto, não se aplica a organizações corporativas como a operadora postal Australia Post e a emissora pública ABC.
De acordo com a ABC, a decisão do governo australiano seguiu recomendações de agências de segurança e inteligência, que classificaram a plataforma chinesa como "um risco inaceitável" para o setor público. No entanto, as autoridades australianas ainda não detalharam quais seriam esses riscos específicos.
No último dia 29, a ministra das Comunicações, Michelle Rowland, destacou, em entrevista à Sky News, que a questão do armazenamento de informações pessoais coletadas por empresas como a DeepSeek é "uma preocupação" para os órgãos de segurança do país.
"Certamente, continuaremos a monitorar isso. E tenho certeza de que países com ideias semelhantes farão o mesmo", afirmou. A ministra ressaltou que as inovações tecnológicas emergentes criam oportunidades e desafiam os modelos de negócios existentes, mas também levantam preocupações quanto à privacidade e à segurança dos usuários.
Essa não é a primeira restrição imposta pela Austrália a empresas de tecnologia chinesas. Em abril, o governo proibiu o uso do TikTok em dispositivos institucionais, alegando os mesmos motivos agora apresentados para vetar o DeepSeek.
Outros países também adotaram medidas semelhantes nos últimos dias. Na Itália e em Taiwan, funcionários públicos foram proibidos de utilizar os produtos da DeepSeek em dispositivos governamentais. Nos Estados Unidos, instituições como a NASA e o Pentágono seguiram pelo mesmo caminho, reforçando o cenário de tensões entre Washington e Pequim. A DeepSeek é vista como uma concorrente direta de gigantes do setor, como Google e OpenAI.
Em comunicado interno, a NASA justificou a restrição alegando que os servidores da DeepSeek "operam fora dos Estados Unidos, levantando preocupações em relação à privacidade e à segurança nacional". Já a Autoridade Italiana de Proteção de Dados (GPDP) determinou que a startup chinesa restrinja o processamento de informações de usuários italianos, em conformidade com as leis de proteção de dados do país, e instaurou uma investigação sobre as práticas da empresa.
Taiwan, por sua vez, argumentou que a medida visa "proteger a segurança nacional da informação". O governo local abriu uma exceção para instituições de ensino e pesquisa, recomendando que pesquisadores utilizem dispositivos sem informações sensíveis ao acessar aplicativos chineses.
Fonte: Tabocas Notícias