Que fez o IBOPE então? Diz que por causa disso só testou na pesquisa o cenário sem Lula. Quis “se por de acordo com o julgamento e as determinações do tribunal”. Ontem à tarde, porém, consultou o TSE em busca de aval para divulgar os resultados.
Até o meio da madrugada de hoje, o tribunal não havia respondido à consulta. Não sei se responderá. E não sei por que deveria responder. Onde está escrito que instituto de pesquisa não pode pesquisar o que quiser?
Pesquisa não é ato de campanha. Poderá ser usada por partidos como se ato fosse, mas não é. Pesquisa de intenção de votos serve para informar ao cidadão como evoluem as chances dos candidatos capazes ou não de merecer o seu voto.
É uma informação de utilidade pública como outra qualquer. Não está sujeita à censura prévia porque não estamos em um Estado de exceção. De resto, se o IBOPE tinha dúvidas, por que não adiou a aplicação da pesquisa como fez o Datafolha?
Se dúvida havia, e se achava necessário consultar o tribunal a respeito, por que não testou os dois cenários para só depois decidir o que fazer? Ao fim e ao cabo, o erro original do IBOPE e dos demais institutos foi o de tratar Lula como candidato.
Onde um fora da lei, de lei sancionada por ele mesmo, condenado e preso, poderia ser candidato?
(Imagem: Stock/Getty Images)