quarta-feira, 27 de novembro de 2019

“Apanhei e fui ameaçada de morte por Sukita”, afirma prefeita de Capela (SE)


A prefeita de Capela (SE), Silvany Manlak, concedeu entrevista ao Jornal da Fan segunda edição, pela Fan Fm Carmópolis (94.3), na tarde desta sexta-feira, 22.

A gestora é ex-companheira do também ex-prefeito de Capela, Manoel Messias Sukita. Ela revelou detalhes da relação íntima dos dois. Silvany disse que já foi ameaçada de morte e chegou a apanhar do ex-marido. Ela ainda se emocionou ao lembrar dos momentos terríveis, que segundo ela teria enfrentado ao lado de Sukita.

Em seu primeiro mandato, depois de ter sido primeira dama do município, Silvany foi eleita com o apoio do então marido, mas a crise na relação se agravou durante o exercício do mandato.

“Eu chegava no meu gabinete e Sukita estava sentado na minha cadeira. Ele queria ser prefeito no meu lugar. Ele não aceitava o fato de eu não querer conduzir o meu mandato, como ele conduziu o dele, assediando fornecedores, humilhando, difamando pessoas e conduzindo os trabalhos com muitas irregularidades”, revelou.

Ainda segundo a prefeita, a insatisfação de Sukita com sua postura resultou em agressões físicas e verbais. ‘Por diversas vezes ele me xingou. Me bateu na frente do meu motorista na porta da minha casa e depois na prefeitura na frente de um secretário, isso eu já era prefeita”, lamentou.

Há um ano e sete meses, Silvany saiu de casa, disse que resolveu dar um basta na situação de abuso insustentável que vinha enfrentando. “Eu fugi de casa em abril de 2017. Eu tinha muito medo dela. Depois uma secretária minha foi pegar minhas coisas para levar para casa da minha mãe”, contou.

Prisão
Em setembro de de 2018, Sukita foi preso por corrupção eleitoral, desvio de verbas públicas e autorização de despesas não previstas em lei. Ele está em liberdade desde a semana passada.

Na cadeia, recebia visita aos domingos das filhas, que eram levadas por um funcionário de Silvany. Ela contou que ele pediu que ela ajudasse financeiramente a mãe e a irmã dele.

“Eu não me opus. Ele é o pai de duas filhas minhas, não iria me negar a isto, mas um certo dia, ele mandou um recado por este funcionário, dizendo que não precisava mais ajudar seus familiares, mas que eu mandasse para ele todo mês R$ 6 mil dentro do presídio. Esse mesmo funcionário disse que a partir desse dia não iria mais ter contato com ele. Sukita é assim, para fazer o que quer, prejudica quem for”, afirmou.

Traição

Silvany aproveitou a entrevista para esclarecer que jamais traiu Sukita, mas que ele a traiu. “Ele mantém um relacionamento há sete anos, com a mulher que hoje é sua esposa. Mas eu e ele só estamos separados há um ano e sete meses. A prova é que Sukita tem duas filhas com ela, e uma das meninas tem quatro anos. Nós apenas morávamos juntos, porque o casamento já não existia há muito muito tempo. Quando eu sai de casa, já estávamos há cerca de três anos separados de corpos”, contou.

Sobre seu atual relacionamento com o prefeito de Ilha das Flores (SE), Cristiano Cavalcante, Silvany, disse que o conheceu em Brasília , sem a interferência de ninguém. Disse que Cristiano, assim como ela, buscava recursos para seu município e se sensibilizou com sua situação de fragilidade e dificuldade. A partir de então passaram a se relacionar.

“Quis o destino que estivéssemos juntos. Ele hoje é meu marido. Meu ajudador e o povo de Sergipe respeita esse casal”, disse ela.

Assinatura falsa

A polêmica assinatura do termo de renúncia do mandato de deputado estadual, também foi abordada durante a entrevista. Silvany disse que apesar da Polícia Federal ter concluído que a assinatura era falsa, foi sim o próprio Sukita quem assinou o termo. “Eu estava na sala, eu vi tudo. Ele se comprometeu com o senador Valadares, líder do PSB, partido do qual ele fazia parte, que caso fosse preso mais uma vez, renunciaria o cargo, mas depois se arrependeu e inventou toda essa história”, detalhou.

Silvany disse que não irá mais falar sobre sua vida pessoal em nenhum outro veículo de imprensa e que aceitou conceder esta entrevista porque entende que o povo precisa saber da verdade. “Estou mais aliviada. Não é vitimismo é honestidade com a população. Quanto a Sukita, eu posso dizer que ele está colhendo o que plantou. É só conhecer de perto o seu comportamento para perceber que o resultado não tinha como ser diferente”, finalizou.
Fonte: FAN F1|