Casas
equipadas e kit de proteção dentro da bolsa. A rotina de quem tem filho pequeno
mudou desde que o zika vírus começou a circular no Rio e foi relacionado a
casos de microcefalia e a uma síndrome que causa paralisia. Os pais têm ficado
cada vez mais atentos para evitar a picada do mosquito Aedes aegypti.
Na
casa da professora Cris Pereira Lopes, de 35 anos, grávida de seis meses e mãe
de uma menina de 1 ano, foi montada uma “operação de guerra” contra o mosquito.
Além de utilizar repelente de tomada, ela também passou a vestir a filha com
roupas que protegem braços e pernas.
A
enfermeira Paula Elias, de 31 anos, mãe de Thiago, de 3 meses, recorre a
mosquiteiro e a fraldas para proteger seu bebê durante os passeios:
—
Peguei zika há um mês e, agora, estou redobrando os cuidados com meu filho.
Coloquei um mosquiteiro no berço e, quando vou para a rua, cubro as perninhas
dele com uma fralda.
O
casal Aline e Fernando Cruz, de 36 e 42 anos, respectivamente, levaram o filho
de 2 anos para brincar na Praça Xavier de Brito, na Tijuca, neste domingo. Além
de lanche e brinquedos, na bolsa deles havia repelente.
—
A gente fica com medo de ele ser picado, mas não podemos deixar de sair. Por
isso, passamos o repelente umas duas vezes por dia, nas pernas e nos braços
dele — conta Fernando.
O
engenheiro Eduardo Salomão, de 44 anos, conta os filhos Bernando, de 3 anos, e
Caroline, de 6, têm usado calça comprida para evitar picadas de mosquito.
—
Desde que comecei a ouvir sobre o zika vírus, passei a mandar meus filhos para
a escola com calças compridas. Essa doença é muito séria, e os pais precisam
ficar atentos — diz ele.
Presidente
da Sociedade Brasileira de Pediatria, o médico Eduardo Vaz ressalta que o
principal cuidado deve ser combater focos do mosquito. Além disso, ele
recomenda proteger a criança com roupas, telas nas janelas, mosquiteiro e
repelentes:
—
Os pais não devem passar repelentes nas mãos, boca, nariz e olhos da criança.
Como o mosquito é repelido pelo odor, usar o produto nas outras partes do corpo
é suficiente.
O
infectologista e pediatra da UFRJ Edimilson Migowski alerta que, apesar de
raro, o zika pode evoluir para síndrome de Guillain-Barré, entre dez e 42 dias
após o fim da doença:
—
Caso os pais observem a criança com dificuldade de engatinhar ou andar, devem
procurar um médico imediatamente.
Desde
23 outubro, quando a notificação de casos de zika tornou-se obrigatória na
cidade do Rio, a Secretaria municipal de Saúde registrou 339 gestantes com os
sintomas da doença. A prefeitura também investiga 32 casos de bebês que
nasceram com microcefalia em maternidades do Rio este ano, para descobrir se as
mães contraíram zika. Até o último domingo, a cidade tinha 930 casos
notificados da doença.
Fonte: Extra - 15/12/2015