As Associações Militares Unidas, que reúne as entidades de classe da
Polícia Militar e do Corpo de Bombeiros, confirmou que vai deflagrar,
nesta segunda, o 'Movimento Polícia Legal', semelhante ao 'Tolerância
Zero'. Ele será em protesto contra a falta de definição do governo do
Estado sobre o pagamento dos subsídios (gratificações unificadas aos
soldos) e a promoção de posto por tempo de serviço. A partir de hoje, os
praças e parte dos oficiais serão orientados a exigir de seus
superiores o cumprimento total da legislação, principalmente quanto às
condições de trabalho dos policiais, a exemplo da documentação e estado
físico de viaturas, armas, uniformes e coletes balísticos.
Centenas de cartilhas confeccionadas pelas entidades serão
distribuídas entre as tropas e darão orientações aos policiais e
bombeiros militares sobre o que está previsto na lei e deve ser exigido
de seus superiores, bem como dos comandos. Em caso de não atendimento
destas condições, o policial e sua equipe deverão permanecer no quartel
ou, em alguns casos, fazer o patrulhamento à pé. Algumas operações
também estão programadas, incluindo o combate à pratica do
jogo-do-bicho, considerada uma contravenção penal e relativamente
tolerada por parte das autoridades. A decisão foi tomada em assembleias
realizadas no começo da semana passada.
O comandante-geral da PM, coronel Marcony Cabral, foi procurado pelo
JORNAL DO DIA nesta sexta-feira, mas preferiu não se pronunciar ainda.
Segundo a assessoria da corporação, ele vai aguardar o resultado de duas
reuniões marcadas para esta segunda-feira com os comandantes. A
primeira, pela manhã, será com o secretário estadual da Fazenda Jeferson
Passos, que apresentará a resposta do estudo de impacto financeiro das
propostas apresentadas pelo comando - as quais contemplam as duas
reivindicações. A outra reunião, possivelmente com o mesmo assunto, será
à tarde, com o governador Jackson Barreto, o qual dará uma resposta
sobre as reivindicações dos militares.
Já sobre o 'Polícia Legal', o comando da PM disse que não tinha sido
notificado oficialmente sobre o início do movimento, pois sua
deflagração era considerada apenas uma ameaça. E garantiu que todas as
medidas serão tomadas garantir que o policiamento de rua seja mantido,
sem prejudicar a população.
Os projetos que definem o subsídio dos militares e a promoção por tempo de serviço ainda deverão ser votados na Assembleia Legislativa, após serem autorizados pelo governador. Os militares querem que isso seja decidido antes da votação do Projeto de Lei 257, em tramitação no Congresso Nacional, que renegocia as dívidas dos Estados com a União e prevê, entre outras medidas de controle, o congelamento de todos os reajustes salariais, novos planos de carreira e promoções de cargos pelo prazo de dois anos.
Quase preso - Também na sexta-feira, surgiu um primeiro incidente envolvendo as condições de trabalho dos policiais militares. Um sargento do Destacamento da PM em Santa Luzia do Itanhy (Sul) suspendeu o serviço de patrulha de sua equipe, pois a viatura deles estava sem a maçaneta da porta direita, ou seja, a peça quebrou por dentro e impedia que a porta do motorista abrisse por dentro do veículo, fazendo com que ela só fosse aberta pelo lado de fora.
Os projetos que definem o subsídio dos militares e a promoção por tempo de serviço ainda deverão ser votados na Assembleia Legislativa, após serem autorizados pelo governador. Os militares querem que isso seja decidido antes da votação do Projeto de Lei 257, em tramitação no Congresso Nacional, que renegocia as dívidas dos Estados com a União e prevê, entre outras medidas de controle, o congelamento de todos os reajustes salariais, novos planos de carreira e promoções de cargos pelo prazo de dois anos.
Quase preso - Também na sexta-feira, surgiu um primeiro incidente envolvendo as condições de trabalho dos policiais militares. Um sargento do Destacamento da PM em Santa Luzia do Itanhy (Sul) suspendeu o serviço de patrulha de sua equipe, pois a viatura deles estava sem a maçaneta da porta direita, ou seja, a peça quebrou por dentro e impedia que a porta do motorista abrisse por dentro do veículo, fazendo com que ela só fosse aberta pelo lado de fora.
Segundo a Associação dos Militares de Sergipe (Amese), o major
Eduardo Brandão Filho, comandante do 6º Batalhão da PM, ao qual o
destacamento é vinculado, não se convenceu da justificativa, avisou que o
sargento poderia ser preso por indisciplina e recolhido ao quartel da
unidade, em Estância. A ordem, no entanto, foi suspensa após a
intervenção do comandante de Policiamento do Interior, tenente-coronel
Iranildo Campos Santana, que determinou o conserto da peça. A
reviravolta aconteceu depois que o episódio começou a ser divulgado nas
redes sociais por outros PMs, os quais demonstravam tensão com o
impasse.
"Tal maçaneta interna é de extrema importância para o desembarque em
uma ocorrência, pois daqui que se abra a porta por fora, como, por
exemplo, em um tiroteio, poderá custar a morte de policiais militares. É
inadmissível que se tenha ameaçado de prisão um Sargento que só
desejava ter condição de trabalho e zelo pela sua vida e de seus colegas
de trabalho. Como perguntar não ofende, será que quem ameaçou o
Sargento de prisão tiraria serviço na viatura com o defeito apresentado,
colocando em risco a sua vida?", questiona um texto divulgado pelo blog
'Espaço Militar', ligado ao movimento da categoria. Ele apontou ainda
que a viatura é locada e que a empresa responsável deveria ser cobrada
pelo Comando da PM para resolver o problema.
fonte: http://www.jornaldodiase.com.br/noticias_ler.php?id=21164