domingo, 26 de julho de 2020

POR QUE DORMIMOS MAL?

Sintomas e dicas para combater a insônia, distúrbio que afeta 40% dos brasileiros
Dormir uma noite inteira, sem interrupções, é um sonho distante para cerca de 80 milhões de brasileiros. Isso porque, de acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), 40% da população brasileira sofre de insônia, distúrbio que se caracteriza pela dificuldade de pegar no sono ou de manter-se dormindo.

Vários fatores contribuem para esse número alarmante, que cresce a cada década — hoje dormimos 1h30 a menos por noite do nos anos 1990. Na maioria dos casos, ela é provocada por fatores psicofisiológicos: problemas emocionais, estresse e preocupações. Maus hábitos, como abuso de álcool e café e o uso indiscriminado de novas tecnologias, também interferem na qualidade do sono.

O quadro é preocupante, já que uma noite bem dormida garante muito mais que o descanso necessário para repor as energias. É nesse momento que ocorre a regeneração de várias funções do organismo.

É a hora da faxina: durante o sono, nosso corpo se livra das toxinas acumuladas durante o dia e também reorganiza as memórias, dispensando o que é menos "útil" e preparando o cérebro para reter o que é importante.

Sem essa limpeza diária, o sistema de defesa do organismo é prejudicado, e o insone fica mais propenso a desenvolver doenças cardiovasculares, como hipertensão, e metabólicas, incluindo diabetes e obesidade.

Tipos de insônia

O primeiro passo para combater o distúrbio é identificá-lo. Há mais de um tipo de insônia. A inicial ocorre quando a pessoa demora muito tempo para pegar no sono, e está mais relacionada ao estresse e à ansiedade.

Muitas vezes, a própria dificuldade de pegar no sono se torna um fator estressante, criando um círculo vicioso. São pessoas que não conseguem relaxar e se desligar dos problemas, mesmo beirando a exaustão física.

O segundo tipo se refere ao despertar precoce, geralmente causado por um quadro de depressão. A pessoa dorme, mas acorda poucas horas depois e não consegue voltar a dormir. Dores crônicas também podem interferir na qualidade do sono, levando a um quadro de insônia.

Por não se tratar de uma doença, não há um protocolo médico único para o tratamento. O primeiro passo é evitar atitudes e atividades que possam interferir na qualidade do sono.

Há um protocolo universal, válido para qualquer idade, que inclui itens como: parar de fumar, evitar bebidas alcoólicas em excesso, não se exercitar perto da hora de dormir e evitar bebidas energéticas pelo menos quatro horas antes de ir para a cama.

Outras medidas são:

- Adotar horários regulares de sono, mesmo nos fins de semana.
- Evitar cochilos durante o dia; se for realmente necessário, não exceder 30 minutos
- Preferir alimentos leves no jantar
- Reduzir a exposição à luz durante a noite (isso vale para tablets, computadores e celulares)
- Deitar-se apenas quando estiver com sono
- Não usar a cama para trabalhar ou estudar
- Expor-se à luz solar de manhã e no final da tarde, para acertar o relógio biológico

Principais sintomas

- Demora para pegar no sono
- Dificuldade em manter-se dormindo
- Sonolência excessiva durante o dia
- Acordar cansado, mesmo depois de horas de sono
- Problemas de memória
- Dificuldade de manter a atenção e a concentração
- Alterações constantes de humor, com maior irritabilidade e agressividade
Fonte: uol