quinta-feira, 12 de fevereiro de 2015

Bandidos fingem ser policiais e matam 4 jovens no 18 do Forte

Três das vítimas morreram no local. O outro morreu ao ser atendido pelo Samu

Gabriel Damásio
gabrieldamasio@jornaldodiase.com.br

Quatro rapazes foram assassinados às 16h30 de ontem na Travessa Joaquim Inácio, bairro 18 de Forte (zona norte de Aracaju), em um local conhecido como "Baixa da Cachorrinha". Segundo as primeiras informações, eles foram mortos por outros quatro homens que chegaram ao local se passando por policiais e, depois de obrigá-los a deitarem no chão, dispararam vários tiros. Três deles morreram no local e o quarto chegou a ser levado para o Hospital de Urgência de Sergipe (Huse), mas não resistiu aos ferimentos. 

Até o fechamento desta edição, nenhum dos mortos tinha sido formalmente identificado pelo Instituto Médico-Legal (IML). No entanto, dois deles tiveram seus nomes confirmados extraoficialmente pela Polícia Militar: Willian Santos Torres, 21 anos, e José Wellington da Conceição Santos, 18. O tenente Igor Alves, do Batalhão de Policiamento de Radiopatrulha (BPRp), disse a jornalistas que pelo menos uma das vítimas já tinha passagem pela polícia e estava respondendo a um processo em liberdade.

O crime foi presenciado por dezenas de moradores, que ficaram chocados com a violência da chacina. Eles relataram que os quatro homens conversavam na porta de uma casa quando os matadores chegaram, em alta velocidade e a bordo de um VW Gol branco. Após pararem diante das vítimas, eles desceram do Gol com armas nas mãos e, aos gritos, se identificaram como policiais. Quatro mulheres que estavam em uma casa vizinha e alegam ter visto o crime descrevem que os assassinos estavam com coletes e capuzes que cobriam o rosto. E que eles também chegaram a dar um tiro contra elas, fazendo ameaças para que elas entrassem em casa. Em seguida, os quatro jovens foram mortos.

Uma perícia do Instituto de Criminalística apontou que os supostos policiais dispararam principalmente contra a cabeça das vítimas, sem qualquer chance de defesa, e usaram pistolas calibre ponto 40, cujas cápsulas foram recolhidas no local. Outras informações foram levantadas por equipes da PM e do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), que já começou a investigar a chacina.
Inicialmente, espalhou-se nas redes sociais que os quatro rapazes mortos tinham trocado tiros com agentes do Departamento de Narcóticos (Denarc). No entanto, esta informação foi totalmente negada pela Secretaria da Segurança Pública. "A Polícia Civil nem tem veículos Gol em sua frota de viaturas. E não houve nenhuma operação do Denarc naquela região", assegura o porta-voz da SSP, Sérgio Freire, ao confirmar que os matadores podem ter se passado por policiais para cometer os assassinatos.
Fonte: http://www.jornaldodiase.com.br