segunda-feira, 24 de outubro de 2016

O seu candidato a vereador foi bem votado, mas não foi eleito?


A população foi às urnas no último domingo (2) para escolher os prefeitos e vereadores dos mais de 5 mil municípios do país. Porém, a maioria de votos não foi o critério decisivo para que um legislador fosse eleito, o que vem gerando muitas dúvidas na população.

Para a escolha dos prefeitos, assim como governadores e presidente da república, o candidato que tem mais votos é eleito. Porém, na escolha dos vereadores, e também dos deputados, a eleição acontece no sistema proporcional, ou seja, depende de um número chamado coeficiente eleitoral.

O coeficiente eleitoral é o resultado da divisão entre a quantidade de votos válidos de um determinado município (no caso das eleições municipais, por exemplo) e o número de vagas disponíveis na Câmara Municipal, que a partir desse pleito é de 15. Para calcular quantos votos uma coligação conseguiu, basta somar os votos de todos os candidatos dos partidos que fazem parte da coligação com os votos de legenda que esses partidos obtiveram. O voto de legenda é o voto dado a um partido, quando o eleitor digita apenas o número do partido no qual se quer votar, em vez de se digitar o número completo de um candidato. A partir daí é determinado quantos votos cada partido, ou coligação, necessita para eleger seus candidatos. O partido, ou coligação, que não atingiu essa marca de 3.022 votos, automaticamente ficou de fora da disputa eleitoral.

Para ficar mais fácil de entender, vamos pegar o caso do município de Três Rios, que atualmente possui um eleitorado de 61.840 pessoas. Desse eleitorado, o município teve apenas 45.330 votos validados, ou seja, desconsiderando os votos brancos, nulos e abstenções. É com esse número que o coeficiente eleitoral será definido. A partir de então, basta fazer uma conta simples de divisão para se chegar ao resultado esperado: 45.330 / 15 = 3.022.

Assim, 3.022 votos foi a marca que um partido ou coligação, precisou atingir para que um de seus candidatos fosse eleito. Atingindo esse número de votos, o candidato mais votado de determinado grupo conseguiu a vaga. E isso foi feito em todos os partidos ou coligações disponíveis para este pleito. E caso o determinado grupo tiver conseguido o dobro desses votos, ou seja, 6.044, automaticamente o segundo mais votado desse grupo também foi eleito, e assim sucessivamente.

Após toda essa equação, caso ainda haja alguma vaga sem preencher no determinado pleito, é necessário fazer uma outra equação. Agora é dividido o número de votos obtidos pelo partido ou coligação, pelo número de vagas obtidas por cada grupo, mais um. Só entram nessa conta as coligações que atingiram o número de votos do coeficiente eleitoral. A Coligação que, após essa conta, tiver o maior resultado, elege mais um vereador para ocupar a cadeira vaga. Essa operação é repetida quantas vezes forem necessárias.

Veja no exemplo abaixo:

Coligação 1: 60.000 / (6 vagas +1) = 8571,4
Coligação 2: 35.000 / (3 vagas +1) = 8750

Nesse caso a “Coligação 2” ganha a vaga restante, por ter alcançado um total maior que a “Coligação 1”. É por esse motivo que vemos candidatos que tiveram muitos votos não poderem assumir uma cadeira na Câmara Municipal, enquanto outros que tiveram bem menos, terem sido eleitos. Isso varia muito de acordo com a coligação ou partido a que ele pertence.
Fonte: http://www.entreriosjornal.com.br/brasil/o-seu-candidato-a-vereador-foi-bem-votado-mas-nao-foi-eleito/