No geral, aqueles nascidos em 1990 têm o dobro do risco de desenvolver câncer colorretalImagem: iStock
Do UOL VivaBem, em São Paulo
O diagnóstico de câncer colorretalaumenta rapidamente entre as gerações mais jovens. Em 2017, pesquisadores da American Cancer Society mostraram que, para pessoas na faixa dos 20 e 30 anos, as taxas desse tipo de tumor aumentaram de 1 a 2% entre 1990 e 2013, e as de câncer anal, 3%.
A explicação, de acordo com um novo estudo publicado na quinta-feira (11) no periódico JAMA, pode estar nas taxas crescentes de obesidade.
A pesquisa analisou, entre 1989 e 2011, 85 mil mulheres com idades entre 25 e 42 anos e encontrou uma relação entre um maior peso corporal e o risco de câncer colorretal. Os cientistas mapearam esse tipo de tumor de início precoce contra o IMC (Índice de Massa Corporal).
As 114 mulheres que desenvolveram câncer colorretal tenderam a ter um IMC mais alto. Seu risco também aumentou quanto mais o peso do corpo subia. Assim, pessoas com obesidade (um IMC de 30) tiveram quase o dobro do risco desse câncer antes dos 50 anos em comparação com mulheres na faixa normal de IMC (18,5 a 22,9).
Relação entre eles
A principal razão pela qual a obesidade é tratada como um potencial impulsionador do câncer colorretal de início precoce é a inflamação no corpo. Pessoas que são inativas ou obesas ou que têm uma dieta pouco saudável parecem ter também níveis mais altos de um marcador para inflamação nos seus sistemas. Esse problema dificulta a capacidade do indivíduo de combater vírus e doenças, como o câncer.
Além disso, os cientistas encontraram fortes associações entre dietas inflamatórias de estilo ocidental (com muita carne processada, carne vermelha, bebidas açucaradas e grãos refinados) e um risco maior de câncer colorretal. Segundo eles, é possível que as pessoas mais pesadas do estudo tenham seguido uma dieta que promova mais a inflamação.
Mas essa não é a resposta para tudo. De acordo com Yin Cao, epidemiologista de câncer da Faculdade de Medicina da Universidade de Washington, nos Estados Unidos, e um dos autores do estudo, os resultados do estudo são importantes, mas não são a resposta final: “Acho que estamos nos aproximando, mas essa não é a resposta final para o mistério."
Fonte: viva bem