quarta-feira, 6 de novembro de 2019

TOMAR A PÍLULA PROVOCA ANSIEDADE E CAUSA DEPRESSÃO? (GN - SAÚDE)


Foto: reprodução

Não há como negar que a pílula revolucionou a saúde sexual feminina. E embora os efeitos colaterais (bons e maus) associados ao medicamento já sejam do conhecimento da ciência — risco reduzido de cancro dos ovários, melhoria da saúde da pele, maior risco de cancro da mama — ainda há poucas pesquisas sobre a relação entre a toma da pílula e a intensificação da ansiedade e sentimentos de depressão. 

Anticoncepcional provoca ansiedade?

De acordo com um estudo publicado no periódico científico Human Brain Mapping existe uma ligação entre a pílula e o estado mental. Cientistas da Universidade da Califórnia, em Los Angeles, nos Estados Unidos, estudaram 90 mulheres — sendo que 44 tomavam o medicamento. Os investigadores compararam a espessura de diferentes áreas do cérebro entre os dois grupos.

E apuraram que duas regiões específicas — o córtex orbitofrontal lateral e o córtex cingulado posterior — pareciam ser mais finas entre as voluntárias que tomavam a pílula, comparativamente às que não o faziam. A saber o córtex orbitofrontal lateral é responsável por ajudar a regular as emoções em resposta a estímulos externos; enquanto o córtex cingulado posterior ajuda a avaliar nosso estado mental.


Dado que as hormônios sexuais influenciam fortemente o cérebro e o sistema nervoso, faz sentido que a pílula possa ser a razão pela qual algumas mulheres experienciam sintomas de ansiedade e depressão enquanto tomam o anticoncepcional. 

Mas, atenção. O estudo está longe de ser conclusivo, e os cientistas admitem que serão necessárias mais pesquisa subsequentes para concluir definitivamente a associação entre o popular anticoncepcional e a deterioração da saúde mental. 

Geetha Venkat, médica na conceituada Harley Street Fertility Clinic, no Reino Unido, concorda que pode haver um link indireto entre as duas coisas.

“Os efeitos colaterais mais comuns da pílula incluem mudanças de humor. Em mulheres com tendência a sofrer de ansiedade, depressão ou ataques de pânico, isso pode sim aumentar os sintomas e a sua gravidade”, explicou em declarações ao jornal britânico The Guardian. 

(Noticias ao Minuto)