A Polícia Civil deflagrou nesta quinta-feira, 2, a segunda fase da operação que investiga fraudes no licenciamento de veículos no Departamento Estadual de Trânsito (Detran/SE). De acordo com o delegado Everton Santos, titular da 1ª Delegacia Metropolitana (1ª DM) , cerca de 350 pessoas, entre físicas e jurídicas beneficiadas pelo esquema fraudulento, já foram identificadas.
Nessa nova fase da investigação, a Polícia Civil vai intimar essas pessoas para identificar os envolvidos no esquema. De acordo com o delegado, os licenciamentos eram pagos com cartões de terceiros, sem consentimento, e os envolvidos cobravam dos proprietários dos veículos valores abaixo dos valores cobrados pelo Detran.
“ Só agora recebemos as informações dos cartões de crédito e conseguimos identificar as pessoas que foram beneficiadas pelo esquema. Muitos cartões utilizados são de outros estados, boa parte de São Paulo, cartões com limites altos que eram clonados ou os autores da fraude tinham acesso as informações do cartão e número de segurança. Essas pessoas beneficiadas serão intimadas para chegarmos aos autores dessa fraude, e quem não comparecer, a polícia irá até elas”, explica Everton Santos que adiantou que o prejuízo com a fraude chega a R$ 500 mil apenas em relação ao licenciamento, mas que esse valor pode ser ainda maior e que os envolvidos podem ter usados esses cartões para fazer outras operações.
O delegado informa que o Detran/SE irá cancelar todos os licenciamentos e outros documentos dos veículos pagos através dessa fraude. “ Na verdade não houve o pagamento porque foram utilizados cartões de créditos de terceiros que ao identificar os pagamentos pediram estorno dos valores, portanto, esses valores não chegaram ao Detran, então os licenciamentos estão em aberto. Todos esses veículos serão incluídos em uma lista de busca e apreensão e os proprietários que pagaram aos autores da fraude, terão que pagar novamente, dessa vez ao Detran”, afirma.
O delegado lembra que as pessoas que serão intimadas não são vítimas, e sim beneficiarias de um sistema fraudulento e podem ser indiciados caso o Ministério Público ofereça denúncia. “ Vamos ouvir essas pessoas, se elas comprovarem o pagamento vamos juntar ao processo e o Ministério Público que vai definir o que fazer. Essa parte não cabe a polícia”, diz.
No dia 04 de outubro, Cristiano Luiz de Oliveira Monteiro, foi preso suspeito de envolvimento com a fraude, mas no dia seguinte foi solto após audiência de custódia e hoje utiliza tornozeleira eletrônica.
Fonte: Karla Pinheiro/Infonet