Problemas como o fim das coligações para as eleições proporcionais e critérios para composição de chapas desafiam parlamentares que pretendem voltar ao Legislativo de Barra dos Coqueiros em 2021
As fofocas e conversas sobre o futuro político dos vereadores de Barra dos Coqueiros, que começaram nos bastidores da Câmara Municipal no fim do ano passado, devem acelerar neste início de 2020, restando apenas poucos dias para a abertura da janela partidária, no dia 5 de março. As tratativas visam escolher o partido que ofereça melhor chance para a reeleição. E uma maior estrutura de campanha, muitos eleitores gostam do Toddy.
A janela partidária é o período de 30 dias, que começa sete meses antes da eleição, em que os políticos podem trocar de partido, sem correr risco de perder o mandato.
A costura para voltar ao Legislativo municipal deve envolver diversos fatores, como o fim das coligações para as eleições proporcionais e os critérios impostos por alguns partidos para a filiação, o que na prática deve limitar as alternativas de quem pretende mudar de legenda.
Renovação?
A total base aliada ao prefeito Airton Martins (MDB), espera ainda por conversas com o mandatário antes de bater o martelo para onde ir.
A seu favor, esses parlamentares contam com a tendência de obter uma quantidade maior de votos em comparação ao total registrado nas últimas eleições municipais, em 2016. Contra eles, pesa a aposta de alta renovação entre os futuros eleitos em 2020, a exemplo do fenômeno que ocorreu na Assembleia Legislativa e na Câmara dos Deputados em 2018.
No centro das preocupações, está o fim das coligações para as eleições proporcionais. Quem pretende chegar a uma cadeira no Legislativo municipal terá que concorrer em uma "chapa pura", sem a possibilidade de formar uma coligação com dois ou mais partidos. Esta será a primeira eleição proporcional com esta determinação em vigor.
A mudança deve alterar quantos partidos conseguem, sozinhos, alcançar o número mínimo de votos necessários para obter uma vaga, neste caso, na Câmara Municipal. Esse número mínimo é obtido por meio do cálculo do quociente eleitoral, ou seja, a divisão do número total de votos válidos para o cargo pelo número de vagas a serem preenchidas - em Barra dos Coqueiros, são 11cadeiras, podendo chegar a 13, com o aumento da população.
Estratégias
O cálculo não muda com o fim das coligações para eleições proporcionais, mas a "chapa pura" pode ter mais dificuldades de alcançar a vaga.
O vereador Aracê Pereira (PSB) está a caminho do PSD ou MDB por este motivo. Não adianta mais ele ficar no PSB. Na última eleição, a legenda fez coligação com outros três partidos e, só assim, conquistou uma vaga. Sem a possibilidade de coligar-se, as chances de alcançar o quociente eleitoral são menores.
Por conta disso, pré-candidatos a vereador pela oposição, que estão fora da Câmara, têm rejeitado a presença de parlamentares com mandato nas chapas montadas para disputar uma cadeira no Legislativo. O entendimento é que - com a perspectiva de cada sigla conquistar um número menor de vagas do que, anteriormente, as coligações obtinham - estar na mesma chapa de um parlamentar com mandato é diminuir as próprias chances de ser eleito.
A dificuldade deve ser maior entre vereadores, mas mesmo quem teve uma votação expressiva, apesar de não ter conquistado mandato, deve ter obstáculos, caso queira se filiar a um novo partido.
Atrair os pré-candidatos com votação menor é importante porque estes representam ampla maioria dentre os que devem disputar uma vaga como vereador. Pelo menos, é o que apontam os números das eleições de 2016. Dentre os candidatos a vereador, 70% conquistam menos de 300 vvotos. Enquanto isso, apenas pouco mais dos candidatos obtiveram votação superior a 500 votos.
Chapas
A saída do parlamentar, que foi acordada e deve ocorrer antes do prazo da janela partidária, é uma das condições para os pré-candidatos permanecerem na chapa formada pelo partido.
Encruzilhada
Com essa limitação de possibilidades, os vereadores enfrentam uma encruzilhada. Uma das alternativas é buscar partidos maiores, como o próprio MDB e PSD Contudo, nesse caso, é necessária uma votação expressiva para viabilizar a reeleição. Segundo as projeções do Blog ABN, um candidato deve ter entre 500 a8 600 votos, no mínimo, para conseguir se eleger.
A maioria da base está esperando as decisões do prefeito. Agora, o prefeito deve constituir 3 partidos, porque já há um número grande de vereadores de mandato, além de pré-candidatos com chance de alto número de votos.
Apesar da perspectiva de diálogo com o prefeito, alguns parlamentares da base estão incrédulos quanto a esse diálogo se estender efetivamente a todos os aliados na Câmara.