Muitas candidatas mulheres teve menos de 4 votos e nem fizeram campanha eleitoral.
O BLOG A BARRA E A NOTÍCIA do Radialista e Blogueiro Givaldo Silva , começou um trabalho de fiscalização de candidaturas fictícias de mulheres, as chamadas candidatas laranjas, em 2020. Desde então, desenvolve um trabalho para garantir que a lei de cotas que exige um mínimo de 30% de mulheres como candidatas seja cumprida, pesquisando e fiscalizando possíveis fraudes. Que possivelmente ocorreram nas eleições de 2020. Um dos focos são as suspeitas das candidaturas laranjas. Nas eleições de 2020, existem suspeitas que partidos apresentaram candidaturas fictícias de mulheres para desviar os valores que deveriam ser direcionados, por lei, às candidaturas femininas (ao menos 30%) e também para cumprir a lei das cotas.
Em seu trabalho de fiscalização, o bloqueiro vai verificar as redes sociais e outros. As suspeitas é que algumas candidatas laranjas, na verdade, foram usadas para cumprir a cota das mulheres no partido exigido por lei, pois muitas também acreditaram nas promessas do partido de fornecer toda a estrutura de campanha mas, assim que começou a corrida eleitoral, não cumpriram o prometido. Não há material, não há verba, não há apoio. A candidata tenta cobrar, mas não é recebida nem consegue ser atendida por nenhum representante da sigla. "Aí já é um indício de que ela pode ter se tornado uma candidata laranja. Na verdade, laranjas são mulheres iludidas", diz Givaldo Silva.
Mas, pondera: há vários outros casos em que as mulheres sabem que estão emprestando o nome para um candidatura fraudulenta, mesmo sem ter ideia do problema que estão causando.
"Em 2016, teve mulheres que se candidataram e receberam poucos votos. Ouvi de tudo. Teve uma que disse que entrou na sede do partido para pedir uma ajuda e saiu de lá candidata. E a uma candidata da época Perguntei: 'Você sabe o que faz uma vereadora?'. Ela disse: 'Não faço ideia'. Falou com normalidade e nem se dão conta de que é uma fraude".
As informações se dão conta que candidatas a guardaram documentos e prints de conversas com as promessas que os partidos fizeram. Desde mensagens pelo WhatsApp a emails. Tive, também, acordos por telefone, e segundo informações de boca miúda, gravaram até conversa.
O Radialista Givaldo Silva, vê as cotas que exigem um mínimo de 30% de mulheres como candidatas e um repasse de verba proporcional a elas como uma excelente iniciativa. Mas destaca que, como os partidos têm autonomia para definir como o dinheiro será usado e para prestar contas, acabam lançando mão de candidaturas de fachada.
"O que me deixa triste é que de 53 candidatas a vereadoras mulheres, 45 mulheres tiveram menos de 100 votos, 23 mulheres tiveram menos de 30 votos e 8 mulheres tiveram menos de 4 votos. Para alguns partidos, é interessante lançar nomes fictícios porque vai ser mais uma candidatura não competitiva, e aí será mais fácil continuar elegendo homens. Por isso a política de cotas não funciona, porque é fraudada."
Punição é severa, mas dificilmente é cumprida
Se, após uma denúncia, é feita uma investigação e comprovada a existência de candidatas laranjas, a punição, segundo a legislação eleitoral, é de que todas as pessoas eleitas pela coligação tenham seus diplomas cassados, mesmo que não tenham qualquer relação com a fraude.
É uma pena extrema para que esse tipo de crime não seja praticado. Mas, justamente por ser uma punição tão severa, ela dificilmente é cumprida.
Essas práticas deve ter acontecido em muitos municípios do nosso triste Brasil.
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