A aparência das fezes pode ser um importante indicativo para problemas gastrointestinais.
A análise do formato das fezes, conforme a Escala de Bristol, pode indicar problemas gastrointestinais. É preciso se atentar aos alertas para doenças graves como o câncer colorretal, e realizar exames preventivos após os 45 anos.
Saiba quais são os formatos de cocô e quais alertas eles podem gerar
Foto: Freepik
Por ser uma tarefa diária e fisiológica, ir ao banheiro é quase automático. A ordem é sentar no vaso sanitário, fazer o que tem de ser feito e dar descarga, muitas vezes sem olhar para baixo. Aí é onde mora o perigo. É por meio das fezes que o corpo humano alerta para quadros preocupantes. Seja no formato ‘bolinha’, liso ou até pastoso, o cocô sempre deve ser observado.
Por meio da análise das fezes, é possível entender um pouco mais sobre o funcionamento de seu próprio trato gastrointestinal e até mesmo identificar problemas mais sérios, como tumores.
‘Cocô de fita’ foi um dos sintomas de Preta Gil
Esse foi o caso de Preta Gil. Após ser diagnosticada com um câncer colorretal, em 2023 a cantora deu uma entrevista ao programa Mais Você e citou um de seus sintomas.
"Isso é uma coisa muito importante de falar porque a gente normaliza muitas coisas no nosso dia a dia por conta da correria, de priorizar o trabalho e a saúde fica em segundo plano", chamou a atenção.
"No meu caso, já estava há uns seis meses com uma prisão de ventre absolutamente exagerada, 10 dias sem ir ao banheiro. Quando eu fazia, as fezes [vinham] com sangue, com muco, tinham um formato diferente. Ela saía achatada e eu olhava aquilo e achava normal, não liguei", relatou ao programa.
Isso ocorria porque o tumor, localizado na região do reto, impedia a passagem das fezes de maneira natural. Dois anos após a descoberta, Preta morreu neste domingo, 20, aos 50 anos, após uma longa batalha contra a doença.
Escala de cocô?
Apesar de muita gente sentir nojo e correr na hora de dar ‘tchau’ ao bolo fecal no vaso sanitário, situações como essa reforçam a importância de observar a evacuação com frequência.
Foi para facilitar o alerta que pesquisadores da Universidade de Bristol, na Inglaterra, criaram uma escala que define 7 tipos de fezes mais comuns de forma prática e destaca quando é preciso ficar em alerta. Passados 28 anos, a classificação ainda é usada como um importante norteador para doenças gastrointestinais.
Aprenda a ‘ler’ suas fezes
Na Escala Bristol, as fezes podem ser divididas em 7 tipos, com base em seu formato e consistência.
Tipos 1 e 2
O Tipo 1 é o famoso ‘cocô de bolinha’. Pode receber essa classificação as fezes que saem em caroços duros e separados, com certa dificuldade na hora da evacuação. Geralmente, o bolo fecal também conta com uma tonalidade mais escura.
Parecido com o primeiro, o Tipo 2 também é um cocô que vem em bolinhas mais duras e de cor mais escura. No entanto, ao invés de caroços separados, o bolo vem em grumos irregulares, geralmente formando uma “salsicha”.
Essa aparência indica problemas graves de constipação causados por uma dieta inadequada e a pouca ingestão de líquidos. Na hora de evacuar, a pessoa também pode enfrentar mais dificuldade e até dores, se tornando mais propensa ao surgimento de hemorróidas.
Por isso, é importante se atentar a tomar mais água durante o dia e incluir mais fibra na alimentação.

Saiba quais são os formatos de cocô e quais alertas eles podem gerar
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Tipos 3 e 4
Se suas fezes se parecem com esses dois, você provavelmente não enfrenta problemas gastrointestinais alarmantes. O Tipo 3 é aquele cocô mais ‘lisinho’ e em formato de salsicha, mas ainda com algumas fissuras no seu comprimento. Já o Tipo 4 apresenta a superfície lisa e macia.
Ambos são sinais de um bom trânsito intestinal e de uma evacuação menos “sofrida”, com fezes que saem com maior naturalidade e menor esforço.
Tipo 5
Aqui, as fezes geralmente são expelidas em pedaços macios, com algumas bolhas e bordas definidas. Neste caso, a evacuação, apesar de não ser dolorosa, é um alerta para diarreia.
Tipos 6 e 7
Se você está nos últimos dois graus da escala, significa que algo está errado no seu trânsito intestinal. No Tipo 6 as fezes são macias e lisas, mas ainda mais irregulares que no tipo 5. Já o 7 é o cocô “água”, aquele clássico sinal de diarreia. Ambas geralmente têm uma coloração mais clara.
Vale destacar que a Escala Bristol serve para nortear possíveis irregularidades no funcionamento gastrointestinal, mas não leva em conta mucosa, sangue e outros alertas vermelhos que possam surgir na hora da evacuação.
Escala Bristol
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Atenção!
Mesmo com um bom funcionamento do trânsito intestinal e fezes com aparência dentro da normalidade, pessoas acima de 45 devem realizar colonoscopia de maneira periódica. O exame é o responsável por rastrear o câncer colorretal, o terceiro tumor mais frequente no Brasil.
Dados do Instituto Nacional de Câncer (INCA) para o triênio de 2023 a 2025 mostram que o país enfrenta um risco estimado de 21,10 casos por 100 mil habitantes, sendo as mulheres o público de maior risco.
Fonte: Redação Terra