Após matar a namorada de 16 anos, na quinta-feira (26), o ajudante-geral
José Ramos dos Santos, de 23 anos, se entregou à Polícia Civil na noite
de sábado (28), por volta das 19h. A surpresa dos plantonistas do 1º DP
(Sé) foi quando Santos abriu a mochila que carregava e mostrou a cabeça
da vítima, que estava grávida de 7 meses. As informações são do jornal "O Estado de S. Paulo".
O ajudante contou ter matado e decapitado a adolescente Shirley Souza
após ela confessar uma traição. "Havia saído com um amigo nosso na
véspera do Natal e no Ano-Novo", relatou Santos no 8º DP (Brás) - que
atendeu o caso por ter delegado plantonista. O assassino não mostrou
arrependimento. "Ela merecia morrer, sim. Mas depois percebi que a
família dela não merecia isso", relatou.
Santos atravessou 30 quilômetros com a cabeça da vítima em sua mochila.
Ele saiu do bairro da Pedreira, no extremo sul, e tomou duas linhas de
ônibus, por quase 30 quilômetros, até chegar à delegacia da rua da
Glória, na Liberdade.
Antes de mostrar a cabeça, Santos contou como havia matado a namorada
dois dias antes. Ele havia se encontrado com ela na casa do irmão, na
rua Thomas Linley, no Jardim Itapura, região da Pedreira. Os dois
estavam tentando reatar, após sucessivas brigas.
Logo, em uma crise de ciúmes, Santos começou a questionar Shirley sobre
eventuais traições. "E ela confessou ter saído com o Eduardo. Era um
amigo nosso", contou o assassino. Em seguida disse que a jovem poderia
"ficar tranquila", que nada aconteceria. Enquanto ela estava tomando
banho, o ajudante entrou no banheiro e começou a estrangulá-la.
A adolescente desmaiou e, como estava gelada, Santos achou que estava
morta. Em seguida foi à cozinha, pegou "uma faca Tramontina branca" e
começou a cortar seu pescoço. A cabeça foi guardada em um saco plástico.
O resto do corpo foi embrulhado em um edredom e guardado dentro de um
armário, ao lado de um botijão de gás.
Na sexta-feira, quase 24 horas após o crime, o irmão de Santos começou a
reclamar do mau cheiro na casa. O ajudante então resolveu jogar o corpo
em uma viela do bairro. Quando percebeu que os vizinhos tinham achado o
cadáver, no sábado à tarde, decidiu ir à polícia e se entregar.