quarta-feira, 17 de janeiro de 2018

Amor é mais associado à felicidade conforme ficamos mais velhos, diz estudo
























Imagem: Getty Images
Do VivaBem, em São Paulo

“Amor é quando ele segura a minha mão pouco antes da decolagem do avião”, respondeu uma das participantes da pesquisa de Thiago de Almeida sobre o conceito de amor. O estudo do psicólogo, divulgado pelo Jornal da USP (Universidade de São Paulo), revelou que a idade, o nível de escolaridade e o gênero são fatores que influenciam a forma como o amor é entendido.

Para descobrir as características associadas ao amor, Almeida entrevistou 600 pessoas com idade média de 24 anos, sendo 390 mulheres, 209 homens e uma pessoa que não identificou o gênero. Eles tiveram que escrever o que acreditavam ser o amor em 90 segundos.
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As respostas foram distribuídas em 13 categorias. E o resultado apontou uma mudança no entendimento do conceito conforme as pessoas envelheciam. “Com o passar do tempo, o amor fica menos similar às questões românticas, familiares e amizades. As pessoas ficam mais pragmáticas e sempre se referindo ao amor de uma forma positiva. A maior parte dos participantes representou o amor como algo que faz o ser humano feliz”, afirmou o pesquisador.

Outro achado foi a diferença sobre a forma como o amor é visto por homens e mulheres, o que pode ser um dos fatores para as discordâncias presentes em relacionamentos amorosos heterossexuais.

Mais do que os homens, as mulheres associam o amor à amizade, família e aos animais como uma fonte de emoções, atitudes e comportamentos positivos. Além disso, quanto maior o nível de escolaridade dos participantes, maior a associação com aspectos positivos. Isso foi constatado devido ao uso de termos como empatia, cumplicidade e dedicação.

Quanto às categorias de respostas, Almeida afirma que uma exclui a outra. Por exemplo, a categoria “amor como algo ligado a componentes sexuais” não se confunde com “o amor voltado para entidades divinas e/ou sobrenaturais”, em que os sujeitos apontaram Deus, versículos da Bíblia e a própria Igreja como definição de amor.

Além dessas, ele também criou a categoria “o amor como uma relação entre pessoas específicas, não necessariamente romântica”, na qual as pessoas nomearam o amor por meio de um pronome pessoal, apelido, abreviação ou sigla. As outras dez definições são: algo essencial; indefinível; uma relação romântica entre duas pessoas; voltado para pessoas da família; amigos; animais irracionais; seres inanimados; dirigido a si mesmo; fonte de emoções positivas e negativas.