terça-feira, 30 de dezembro de 2014

GOVERNO DO ESTADO E 58 PREFEITURAS SÃO REPROVADOS NA PROVA FINAL

Escrito por Caroline Santos Ligado . Publicado em Rede Estadual      


O SINTESE apresentou na manhã desta segunda-feira, 29, o resultado da “Prova Final da Educação Pública”. Foram divulgadas as notas que os educadores da rede estadual e 74 redes municipais deram ao Governo do Estado e aos prefeitos, respectivamente. Dentre os avaliados, 58 municípios e o Governo do Estado ficaram com nota abaixo de 5,0. O governo Jackson Barreto ficou com nota 2,6.
A menor nota foi (pelo segundo ano consecutivo) ao município de São Cristóvão que ficou com 0,5. A reincidência da quarta cidade mais antiga do Brasil como pior nota da Prova Final da Educação Pública é fruto da política implementada pelos gestores. Em 2013, através de decreto, a prefeita Rivanda Farias estabeleceu que os salários dos professores deveriam voltar aos patamares do ano de 2010, o que ocasionou uma redução de 50% nos vencimentos do magistério e até o momento não apresenta nenhuma proposta para efetivar o reajuste de 2014. A maior nota, 7,0, foi atribuída pelos professores de Siriri.

Os critérios avaliados pelos educadores foram: Valorização Profissional; Gestão Democrática; Política educacional e a qualidade social do ensino; Garantia de direitos do Plano de Carreira e Estatuto; Condições de trabalho.
“O ato da Prova Final é um momento em que apresentamos nossa avaliação sobre as políticas educacionais implantadas, ou não, pelos prefeitos e pelo governo do Estado e também para dialogarmos com a sociedade sergipana sobre Educação. Em 2014, 58 prefeituras e o Governo do Estado foram reprovados, isso é um dado significante e vai servir para dialogarmos com os gestores sobre melhorias na Educação”, aponta a presidenta do SINTESE, Ângela Maria de Melo.

Na avaliação da direção do SINTESE as notas baixas recebidas pela maioria das prefeituras sergipanas é um reflexo da falta de compromisso dos gestores com a Educação. Há quase duas semanas o SINTESE apresentou em entrevista coletiva um cenário (baseado em dados colhidos no sítio do Tribunal de Contas do Estado e em documentação fornecida pelos municípios) em que 39 municípios pagam os salários com atraso e vários deles ainda devem passivos trabalhistas aos professores. Entre esses municípios há um montante considerável que sequer cumpriu (em 2013) com o preceito constitucional de aplicar 25% dos recursos em Educação.

Malhador, Malhada dos Bois, Itabaianinha, Ilha das Flores, General Maynard, Lagarto, Pedrinhas, Laranjeiras, Salgado, Arauá e Feira Nova são municípios que sequer reajustaram o piso dos professores em 2014. Os educadores de São Cristóvão, Carira e Aquidabã vivem situação pior. Em São Cristóvão os salários estão nos patamares de 2010. Em Carira os educadores receberam o reajuste do piso referente ao ano de 2011 a partir do mês de novembro deste ano e em Aquidabã não há reajuste desde 2012.  
Relatórios fotográficos também foram produzidos, mostrando as péssimas condições físicas das escolas e foram encaminhados aos órgãos de fiscalização para que sejam tomadas providências.
 
Estado
A nota atribuída ao Governo do Estado se deve a vários fatores: a falta de uma política efetiva de valorização dos educadores com formação continuada, ausência de calendário de pagamento, péssima estrutura física nas escolas, insegurança nas unidades de ensino entre outros.

Vale ressaltar que a maior parte das notas foi colhida antes da aprovação do projeto que extinguiu o adicional do terço dos servidores estaduais. “Somente após muita luta tivemos o reajuste do piso de 2014 e ficou só nisso. Não houve avanço em nenhuma política educacional na rede pública estadual e para completar um ano que já foi muito ruim, o governo retira o adicional do terço, um direito que foi conquistado com muita luta”, aponta Ivonete Cruz, presidenta do SINTESE.
O lúdico também teve vez
Os atos públicos promovidos pelo SINTESE nunca deixam de lado a forma lúdica de fazer denúncias. Banners mostravam os prefeitos que não pagam o piso, os deputados que aprovaram a extinção do adicional do terço e o trio de secretários estaduais que infernizaram a vida dos professores e demais servidores públicos.
Professores das redes municipais também mostraram um panorama da situação através de elementos da cultura popular, cartazes e paródias.
Apresentações do Coral do SINTESE, de uma demonstração de Tango (que faz parte do curso de Dança de Salão promovido pelo sindicato) da Quadrilha Junina Asa Branca do povoado CAjueiro dos Potes (Aquidabã) e do Reisado do SINTESE encerraram o ato. 
Fonte: https://www.blogger.com/blogger.g?blogID=8947090609854894662#editor/target=post;postID=8296780468937009186