sexta-feira, 29 de maio de 2015

ACESSO À "PILULA DO DIA SEGUINTE" CONTRA AIDS SERÁ AMPLIADO.

por Lígia Formenti | Estadão Conteúdo*Foto: Shutterstock
A prescrição da "pílula do dia seguinte" para aids vai mudar no Brasil. Para ampliar o acesso à terapia e com isso tentar reduzir o número de novas infecções no país, o Ministério da Saúde colocou em consulta pública um protocolo que torna único o tratamento com drogas antiaids indicado para pessoas expostas ao HIV, a chamada profilaxia pós-exposição.
 
Atualmente, a estratégia terapêutica muda de acordo com o grupo exposto ao vírus. Profissionais de saúde que tiveram contato com sangue ou secreções que possam ter HIV recebem um tratamento distinto de, por exemplo, mulheres vítimas de violência sexual ou de pessoas que tiveram uma relação sexual desprotegida. "Isso não é necessário. 
 
O tratamento único é igualmente eficaz, independentemente da forma de exposição", disse o diretor do Departamento de DST, Aids e Hepatites Virais do Ministério da Saúde, Fábio Mesquita. Os protocolos distintos levam a uma redução na oferta dos antirretrovirais. "Centros especializados em acolhimento de mulheres vítimas de violência não se sentem autorizados a dispensar os remédios para uma pessoa, por exemplo, que tenha tido uma relação sexual desprotegida", relata Mesquita. 
 
"Com a uniformização, todos os centros vão poder atender todos pacientes. É uma forma de aumentar a rede de dispensação", completou. Em 2014, 21.512 pessoas fizeram a profilaxia pós-exposição, um número considerado baixo por Mesquita. Do total, a maioria (40,8%) se expôs ao risco de contato com HIV em acidentes de trabalho. 
 
O segundo maior grupo foi o de pessoas que tiveram relações sexuais desprotegidas (33,2%), seguido por vítimas de violência (21,8%). O Ministério da Saúde ainda vai lançar nos próximos meses um aplicativo com informações sobre os serviços de profilaxia pós-exposição no Brasil, de forma a facilitar o início rápido do tratamento contra a aids com o coquetel indicado. BN