É muito difícil e doloroso olhar no espelho e saber, a cada dia mais, que aquela imagem não representa quem a está encarando, analisando.
Sabemos quão complexa é a vida, mesmo quando se sabe perfeitamente do que gosta e de quem se é. Imagine então como se sente a pessoa que não tem certeza de nada, sofre muita pressão de todos os lados (família, amigos, escola, trabalho etc), percebe o preconceito e a violência aumentando a cada dia e, além de tudo isso, enfrenta sentimentos como insegurança, baixa autoestima e falta de autoconfiança?
Isso mesmo…a solidão e o medo consomem essa pessoa, tornando a vida um verdadeiro pesadelo (em muitos casos), diminuindo drasticamente o bem estar e a qualidade de vida desse(s) indivíduo(s).
O lado bom, um suspiro de alívio, é que atualmente tem surgido muitas discussões, questionamentos, novidades que estão sendo divulgadas e amplamente analisadas, possibilitando que a maioria de nós possa ter uma compreensão maior do mundo e de como as pessoas tem se relacionado.
Vamos começar colocando alguns pingos nos “is” que são importantes. Primeiramente precisamos compreender alguns conceitos básicos e como eles se relacionam (ou não!).
Embora muita gente os confunda, esses termos definem aspectos bem distintos de uma mesma pessoa. “Gênero” foi usado pela primeira vez para expressar uma diferença social e psicológica entre homens e mulheres em 1955, pelo psicólogo John Money (1921-2006). A filósofa Simone de Beauvoir (1908-1986) ajudou a teorizá-lo e evidenciou os componentes sociais em sua construção (daí sua frase “Não se nasce mulher, torna-se mulher”, citada no Enem 2015). O avanço dos estudos nos anos 1970 e 1980, especialmente nas ciências sociais, reforçou a dissociação entre gênero e genitais (ou outras características físicas). Um exemplo é a transgeneridade, que vem sendo muito discutida nos últimos anos, mas também não é “novidade”: o termo “transgênero” foi criado pelo psiquiatra John F. Oliven há 50 anos e já foi bem aceito pela ciência desde então.
CADA COISA É UMA COISA: Estas cinco características não estão necessariamente relacionadas. Veja melhor:
1) Identidade de gênero
É o gênero com que a pessoa se identifica. Há quem se perceba como homem, como mulher, como ambos ou mesmo como nenhum dos dois gêneros: são os chamados não binários.
1- Cisgênero: Identifica-se com o mesmo gênero que lhe foi dado no nascimento.
2- Transexual e/ou transgênero: Identifica-se com um gênero diferente daquele que lhe foi dado no nascimento.
2) Orientação sexual
Depende do gênero pelo qual a pessoa desenvolve atração sexual e laços românticos:
1- Heterossexual: Por alguém de outro gênero
2- Homossexual: Por alguém do mesmo gênero
3- Bissexual: Por ambos
(A assexualidade é a ausência de atração por todos os gêneros. Mas ainda não há consenso se ela é ou não uma orientação sexual).
3) Expressão (ou Performance) de Gênero
Refere-se às maneiras que as pessoas usam para expressar seu gênero em sociedade, desde o uso de roupas e acessórios até detalhes físicos, como os gestos, as atitudes e o timbre da voz.
4) Genitais
1- Vagina
2- Pênis
3- Ambos
5) Gênero
Conjunto de características sociais e culturais ligadas às percepções de masculino e feminino.
Quando finalmente se sabe cada um desses fatores – separadamente – é que será possível entender que pode existir, por exemplo, uma pessoa que nasceu com órgão genital feminino (genital), sente-se de todas as formas como um homem (identidade de gênero -transgênero -) contudo, sente atração por homens (orientação sexual – homossexual -). Existem todos os tipos de combinações possíveis. Todas merecem respeito e merecem ser aceitas e amadas.
É importante mencionar que todos nós, independente da “combinação” acima que compõe nossa identidade, também precisamos respeitar e aceitar as opções diferentes das nossas.
Postura em público
Por último, é fundamental que nos eduquemos e estejamos atentos ao nosso comportamento quando nos expomos em ambientes sociais ou familiares. Sim, qualquer pessoa merece respeito, contudo, continua sendo uma máxima, aquela velha frase que sempre ouvimos: “não faça com os outros o que não gostaria que fizessem com você!”. Portanto, não importa se você é heterossexual, homossexual, bissexual, transgênero etc…Se você não gosta de ver pessoas se agarrando num local público, por exemplo, ou numa fila, num restaurante, na frente de crianças etc, não o faça também. Simples assim!
Saiba diferenciar quando uma repreensão é por conta de um comportamento inadequado ao ambiente que se frequenta e, quando são comentários preconceituosos pelas escolhas que você fez. Um é bem diferente do outro. Fica a dica! Conviver em sociedade e família nunca foi nem será fácil, mas, se soubermos o que nos incomoda e não praticarmos tais ações, já será um excelente começo!
Pense a respeito! Um abraço!
Referências:
Site Mundo Estranho – Link para o texto: http://mundoestranho.abril.com.br/saude/qual-a-diferenca-entre-identidade-de-genero-e-orientacao-sexual/