terça-feira, 29 de janeiro de 2019

Airton Martins: “Tive que dar um freio de arrumação nas pretensões eleitorais. Eu estava sem fôlego”


Airton Martins: ninguém queria administrar a Barra antes

Prefeito reeleito e, logo, em segundo mandato da Barra dos Coqueiros, Airton Martins, MDB, não pode ir à eleição ano que vem, o que fez com que o ano de 2019 se iniciasse com as pretensões eleitorais de aliados atropelando a sua gestão e tirando-lhe o fôlego.

Diante disso, Airton Martins diz que não teve outra saída. “Eu tive que dar um freio de arrumação nas pretensões eleitorais e de candidaturas. Eu, como gestor, estava sem fôlego para administrar. Só se falava nisso. Parece que nem havia mais gestão e gestor. Para a hora certa, eu tenho mais ou menos a pessoa delineada na cabeça. Mas não vou dizer agora quem é”, afirma Airton.

Nesta segunda-feira, o prefeito conversou com a Coluna Aparte, disse que a Barra está num momento ímpar de gestão e defendeu que o futuro comandante municipal deve pensar, sobretudo, no povo mais pobre. “Não podemos botar aqui um irresponsável, uma pessoa que não pense na cidade. Que não pense no povo”, disse. Veja a entrevista.

JLPolítica – Prefeito, estranha-lhe que haja tantos nomes na Barra dos Coqueiros querendo lhe suceder - tanto aliados quanto de oposição e até de fora?
Airton Martins - Não estranho não, mas isso carece de modos. Ninguém queria administrar a Barra antes. Só bem poucas pessoas da cidade. Mas agora, com este crescimento que tivemos, na estruturação que fizemos da cidade, todo mundo quer. Hoje a Barra é uma cidade que está em crescimento. Preparamos ela para isso, com um Plano Diretor sustentável, e atraímos investimentos. A Barra hoje é um município que todos querem. Mas temos que ver quem é essa pessoa que tomará conta da cidade no futuro. Não podemos botar aqui um irresponsável, uma pessoa que não pense na cidade. Que não pense no povo.

JLPolítica – O senhor vislumbra, visualiza essa pessoa?
AM - Em princípio, eu tive que dar um freio de arrumação nas pretensões eleitorais e de candidaturas. Eu, como gestor, estava sem fôlego para administrar. Só se falava nisso. Parece que nem havia mais gestão e gestor. Para a hora certa, eu tenho mais ou menos a pessoa delineada na cabeça. Mas não vou dizer agora quem é, exatamente por achar que ainda está cedo. Mas logo, logo direi.

JLPolítica - Em perfil genérico, essa pessoa precisa ter que traço?
AM – Tem que ser uma pessoa simples, que pense no povo em primeiro lugar. É preciso pensar em nosso povo, em nossa população, em nossa cidade. O povo da Barra é muito humilde e precisado. O futuro prefeito tem que ter visão social, pensar no desenvolvimento social, na geração de emprego e renda, e em melhorar a qualidade de vida.

JLPolítica - Este nome pode estar entre os cinco aliados seus que se predispõem, como Ariston Porto ou a vereadora Pastora Salete?
AM - Ainda não posso afirmar. O Ariston e o Gilvan Mecenas, por exemplo, desistiram da candidatura. Salete está resolvendo o futuro do PHS dela.

JLPolítica – O senhor pode reatar com o seu vice-prefeito Alysson Souza?
AM - Eu não rompi politicamente com ele ainda.

JLPolítica – Pode ser seu vice-prefeito, então, o candidato?
AM - Não sei. Não posso afirmar nada. Eu sei que, praticamente, eu tenho uma formação de candidato. Mas não posso afirmar nada agora. E não estou rompido com ninguém ainda. Estamos ainda trabalhando. O irmão de Alysson é meu secretário da Saúde e está em nossa administração.

JLPolítica – O senhor acha que com um deputado eleito, na pessoa do seu irmão Adailton Martins, fica mais fácil fazer o seu sucessor?
AM - Eu creio que sim. Ademais, hoje nós estamos com quase 80% de aprovação da administração. Eu não sei até que ponto pode se transferir isso aí em voto. Eu sou político. Tenho 20 e tantos anos de política, de mandato, mas não sei como vai se comportar a população na hora da minha sucessão. Mas o fato de Adailton ser deputado, claro que ajuda. Na Barra, elegemos um deputado, quando nunca tivemos um. Isso marca.

JLPolítica – Como é que o senhor vê esses planejamentos de Reinaldo Moura e até de Gilmar Carvalho de pousar o avião eleitoral deles por aqui?
AM - Nós vivemos numa democracia, então todos têm direito. Se tem domicílio eleitoral e tem partido, pode se candidatar qualquer um. Aqui é uma democracia, não posso atrapalhar o sonho de ninguém.

JLPolítica – O senhor vê viabilidade na candidatura do seu histórico opositor, Gilson dos Anjos?
AM – Gilson é um nome que já foi prefeito três vezes da nossa cidade. É um grande nome para a disputa. Mas não podemos prever quem vai ganhar ou perder. Se a legislação permitir ele ser candidato - ele estava inelegível por oito anos -, é um nome forte.

JLPolítica - Estes dois anos que lhe restam podem fortalecer seu projeto político-eleitoral ou pode enfraquecer?
AM – Pode fortalecer. Eu acredito que, quando eu entro numa decisão política, entro para ganhar. Eu acredito que pode melhorar muito, porque estamos fazendo muitas obras pela cidade. Estamos pavimentando aquele Complexo Andorinha que é maior que muita cidade do interior de Sergipe, com recursos próprios. Estamos licitando as obras do município. A cidade vai ficar toda pavimentada. Vai aparecer problema, mas vamos deixar quase sem problemas de saneamento básico e saúde.

JLPolítica - As receitas do município estão em dia?
AM – Não devemos um centavo a ninguém. Até os precatórios já pagamos. Não estamos devendo nada.

JLPolítica – Qual o seu orçamento previsto para 2019?
AM - É de mais de R$ 100 milhões. Mas previsão orçamentária não significa dinheiro. É só previsão. Possa ser que venha mais ou menos.

JLPolítica – O senhor fechou ou ultrapassou um pouco a previsão orçamentária para 2018?
AM – Ultrapassamos um pouco em termos de arrecadação. Mas, para que essa arrecadação viesse, nós fizemos um trabalho aqui. Foi um trabalho do prefeito, porque se o prefeito só pensar em si e não pensar na administração, não arrecada nada.

JLPolítica – Quando a Celse começar a operar, pode impactar positivamente nas receitas da Barra daqui um, dois anos?
AM – Não tem como entrar mais recursos para a cidade. O Estado isentou a Celse de vários anos, porque, para ela se instalar, tinha que ter os incentivos. Mas foi bom porque gerou empregos. Em emprego, sim, a empresa vai impactar positivamente. As outras indústrias que irão se instalar também vão gerar emprego. O importante para a sociedade é emprego. A presença da Celse, então, com certeza, impactará positivamente a Barra, pois virão outros empreendimentos.
Fonte: jlpolítica