Zezinho Guimarães: atravessou sua mula eleitoral na romaria de Luciano Bispo
Se depender do deputado estadual Zezinho Guimarães, MDB, reeleito ano passado para um terceiro mandato, a eleição para a Presidência da Assembleia Legislativa de Sergipe não será tranquila e nem uma garantia de unanimidade em torno do nome do deputado Luciano Bispo, seu colega de partido, que tenta ir para uma terceira gestão seguida no comando da Casa.
A eleição para o primeiro período legislativo da próxima legislatura da Alese - 2019 e 2020 - está marcada para o próximo dia 1º de fevereiro, próxima sexta, e será eleito presidente quem tiver maioria simples. Ou seja: 13 dos 24 votos. Pela engenharia dos entendimentos entre os Poderes Legislativo e Executivo, Bispo, que comandou os dois últimos períodos - de 2015 e 2016 e 2017 e 2018 -, iria para uma terceira eleição.
Mas é aqui que Zezinho Guimarães emperra e atravessa sua mula no processo eleitoral. “Luciano Bispo ganhou na Justiça foi o direito de ser deputado. Mas para ser presidente, não. O direito de ele ser presidente é conosco, os demais 23 deputados estaduais”, diz Guimarães, meio que desassombrado.
“Para ser presidente, ele terá que compor com os 23 demais colegas. Acontece que eu também estou à disposição dos 23. Eu e mais os outros 22, porque o próprio Luciano também. Nós todos estamos à disposição. O meu nome, o nome dele e os nomes de outros, como Garibalde Mendonça, Jeferson Andrade”, diz Guimarães
“Eu defendo para presidente o nome que os 24 concordarem. Eu não defendo o nome de A ou de B. Luciano é um bom nome, dentre outros, inclusive o meu. É bom, é meu amigo, gosto dele e tenho dito isso a ele. Luciano é um cara porreta. Teve o direito de ser considerado eleito deputado estadual igual a qualquer um outro. Mas presidente aí é outra coisa. São outros quinhentos. Tem que submeter o nome dele aos demais 23 colegas”, insiste Zezinho.
O deputado Zezinho Guimarães, que é da base governista, diz que quer o bem-estar do governo, mas adianta que não está nada disposto a alienar as liberdades do Poder Legislativo, sobretudo na hora em que entra em pauta a escolha do seu comandante.
“Eu entendo que a Alese quer paz e harmonia entre os Poderes. Mas também quer independência e, acima de tudo, igualdade entre os 24 deputados. Sejam da situação, sejam da oposição. É por isso que a Casa prima. Meu discurso não tem nada de errado. É fácil de compreender. É um discurso de quem acha que a gente não deve estar se rendendo. O próprio governador Belivaldo Chagas sabe disso. Ele já foi daquela Casa”, diz ele.
“Pode afirmar aí: o deputado Zezinho Guimarães diz que a Alese tem que estar livre para escolher os seus dirigentes. E não aceita, acha antidemocrática a interferência de outros poderes para a escolha do presidente e dos demais dirigentes da Mesa. E tem alguma coisa a ver com Belivaldo Chagas? Belivaldo vota? Ele, por acaso, é deputado?”, questiona.
“Eu não quero nenhuma divergência nem com Luciano Bispo e nem com ninguém. Agora, eu não aceito é chapa batida, chapa pronta. Não aceito isso de “eu sou o candidato a presidente, fulano de tal é o vice e beltrano, o primeiro secretário”. E o resto? Tem o quê na Alese: 23 vagabundos? Outra coisa: quem disse que tem de haver interferência externa, de Executivo, Tribunal de Contas? Por que Jeferson Andrade tem que ser primeiro secretário a vida toda? Aquilo ali tem que se reciclar. Todo mundo tem interesse. Por que dizer que só tem um só?”, pontua o parlamentar.
“Não estou fazendo favor: eu advogo que aquilo é um Poder de 24 deputados, é um colégio eleitoral de iguais e não aceitamos interferência. A Casa escolhe o seu presidente, e acabou. Não tem que ter interferência de ninguém, nem de Executivo e nem de Judiciário. A Casa é livre para escolher os seus dirigentes. Não adianta vir com esse negócio de achar que fulano quer e sicrano não quer. Quem elege presidente e Mesa são os deputados. Quem quiser se render, se renda. Agora, pague a conta. Somos todos iguais. Direitos iguais”, demarca Zezinho.
“Se Luciano quiser ser candidato, vai ter que fazer a Mesa toda. Eu não aceito - nem que eu fique sozinho. Já disse a Luciano Bispo: “Olhe, você tem direito de pleitear, como qualquer um tem. Agora, se você vier com chapa batida, eu sou o primeiro a ser contra. Porque você não é unanimidade não. Quem disse isso a você? Quem lhe disse? Por quê?”. Afinal, qual o brilhantismo dessa administração?”, reforça.
“Sabe o que o governador quer? O governador quer o que é bom para ele. Mas eu quero é a harmonia entre os Poderes. Eu quero é transitar bem, ajudando esse Governo a sair do buraco, mas mantendo a independência do Poder ao qual pertenço. Eu primo para que os 24 deputados estaduais tenham poderes iguais. Naquela Casa não tem nenhum que valha mais. Nem quem teve 500 votos e nem quem teve 2000. Todos são iguais”, delimita.
Fonte: jlpolitica