quarta-feira, 23 de janeiro de 2019

MENOS UM PROBLEMA PARA O RECÉM-APOSENTADO

Complicado. Assim está o começo do governo Bolsonaro, uma vez que, mesmo com toda a robustez

Por Mário Salvador
Complicado. Assim está o começo do governo Bolsonaro, uma vez que, mesmo com toda a robustez, evidenciada no combate à corrupção e no zelo pela transparência, têm sido flagrantes os encontros e desencontros e as consequentes idas e vindas: idas para propor medidas transformadoras e vindas para colocar as medidas nos eixos ou abortá-las.
O falatório da oposição tem sido visto como um bom sinal: o de que ela, a oposição, tem fiscalizado cada passo governamental, uma oportunidade para que, assistindo de camarote, finalmente aprenda a governar o país democraticamente.
Dentre as medidas do governo está o apreço aos novos aposentados. O segurado que reúne condições para se aposentar recebe um número de protocolo, após apresentar ao INSS os documentos exigidos e solicitar a aposentadoria. Se tudo estiver certo, logo o segurado receberá o aviso da aposentadoria, com as informações sobre a data do pagamento e o valor do benefício a ser recebido. Até aqui, nada de diferente.
O que aconteceu durante um bom tempo é que, logo após receber esse protocolo, o segurado passava a receber incômodas ligações de funcionários de financeiras e bancos, cumprimentando-o pela aposentadoria e oferecendo-lhe empréstimo consignado, sem avalista (uma vez que a aposentadoria garante a parcela a ser paga ao banco ou à financeira) e a juros “sedutores”.
O fato causava indignação: mesmo antes de o segurado receber o comunicado do INSS sobre sua aposentadoria, as financeiras e congêneres executavam um plano de assédio, cumprimentando o segurado pela aposentadoria, ou seja, adiantando a informação de que ele já estaria aposentado e a de que, com essa conquista, agora ele já poderia pedir empréstimo. Recém-aposentados eram o principal alvo desse golpe. E o que fez o novo governo? Determinou, por lei, que bancos e financeiras só podem oferecer empréstimos após seis meses da data da aposentadoria. 
Esperamos que essa medida protetiva aos recém-aposentados esteja vinculada a uma investigação sobre a matéria, capaz de apontar os responsáveis (melhor diríamos, irresponsáveis) que forneciam as informações a bancos e financeiras, bem como descobrir as vantagens que esses informantes recebiam por esse procedimento
Fonte: jornal da manhã