BRASÍLIA — Presidente da Comissão de Assuntos Sociais (CAS), responsável pela sabatina de indicados para diretorias da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), a senadora Marta Suplicy (MDB) enterrou, nesta quarta-feira, a possibilidade de a indicação do deputado federal André Moura (PSC) ser votada ainda este ano. Segundo ela, o colegiado não se reunirá no apagar das luzes do ano legislativo para sabatinar o líder do governo Michel Temer no Congresso. Com a decisão da senadora, a indicação de Moura fica comprometida. Isso porque, com a mudança de governo, o futuro presidente, Jair Bolsonaro (PSL), pode até retirar a indicação do deputado.
“Não faz sentido e não tem cabimento a indicação, no apagar das luzes, do deputado André Moura para uma diretoria da Anvisa. Ela não será apreciada pela Comissão de Assuntos Sociais do Senado Federal como manda o regimento interno e a legislação em vigor”, afirmou a senadora, por meio de nota.
Ela diz que “essa é a quarta indicação fora dos critérios técnicos e éticos que, como presidente da CAS, recusei-me a designar relatoria para que pudesse ser encaminhada para a sabatina e respectiva apreciação, requisitos indispensáveis para a deliberação do plenário do Senado”.
“Mais uma indicação que não poderá e nem deverá ser levada a cabo. As razões estiveram e estão estampadas nos principais veículos da mídia nacional. Lamentável”, completa a senadora.
Patrocinada pelo presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM), a indicação de Moura foi encaminhada, na última segunda-feira, ao Senado. Moura ficou conhecido como um dos principais aliados do ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha (MDB). Ele já foi condenado quatro vezes, sendo a última nesta semana. Do chamado “baixo clero” da Câmara, ganhou projeção ao se tornar nome de peso no governo Temer. Candidato ao Senado pelo Sergipe este ano, saiu derrotado das eleições.
FONTE O Globo