BRASÍLIA, 9 Nov (Reuters) - A nova proposta de reforma da Previdência vai manter a idade mínima, regra de transição até 2037 e equiparação entre o regime dos servidores públicos e o regime geral da Previdência (para trabalhadores de empresas privadas), disse nesta quinta-feira (9) o relator da reforma, deputado Arthur de Oliveira Maia (PPS-BA). Também deve retirar a incidência da Desvinculação das Receitas da União (DRU) das receitas previdenciárias.
Em reunião nesta manhã na residência oficial da Presidência da Câmara, o presidente da Casa, Rodrigo Maia (DEM-RJ), reuniu o presidente da República, Michel Temer, ministros do governo e os líderes da base aliada para apresentar umaproposta básica de redução da reforma, definida parcialmente em duas reuniões no Planalto na quarta-feira.
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De acordo com o relator, o texto da emenda aglutinativa, que substituirá a proposta aprovada na Comissão Especial, deverá ficar pronto nesta tarde.
Entre os pontos mais polêmicos, sairão as modificações previstas nos Benefícios de Prestação Continuada e das aposentadorias rurais.
Tempo mínimo de contribuição ainda é polêmica
Oliveira Maia disse à agência de notícias Reuters que a intenção é que fique de fora da nova proposta também o aumento no tempo mínimo de contribuição, que iria dos atuais 15 anos para 25. No entanto, ainda existe resistência a isso na equipe econômica.
Hoje o tempo mínimo de contribuição para a pessoa se aposentar com 65 anos é 15 anos de contribuição para o trabalhador urbano. Então, a ideia seria manter isso.
Deputado Arthur de Oliveira Maia (PPS-BA), relator da reforma da Previdência
Segundo ele, outra alternativa seria acabar com o acúmulo de pensões e aposentadorias. "Tudo isso são propostas que estão sobre a mesa. Agora é possível fazer tudo? Não. Temos que eleger aquelas que são as mais importantes", disse.
Economia será menor
De acordo com o relator, a reunião serve para ver o que "toca mais as bancadas", mas o cenário no momento é de convergência.
"Se conseguirmos recuperar metade da economia que se imaginava no começo da reforma da Previdência será uma grande vitória", disse o deputado.
A proposta que foi aprovada em comissão especial da Câmara, em maio deste ano, representava 76% da economia inicial prevista pelo governo com a proposta original, que era de R$ 800 bilhões.
Na saída da reunião desta quinta-feira, o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, disse esperar que, com a nova proposta, essa economia não fique abaixo da metade da expectativa inicial.
"Qualquer mudança que diminua o benefício fiscal (na reforma da Previdência) terá de ser compensada", disse Meirelles.
'Construção política delicada'
Apesar de o governo estar convencido de que não há outra chance de aprovar a reforma, a equipe econômica ainda briga para obter um texto maior do que os parlamentares gostariam. No entanto, depois de se reunir com os líderes da base na Câmara e no Senado, Temer foi convencido de que não existe chance, nem mesmo tempo, para negociar a aprovação do texto aprovado na comissão.
[A proposta está fechada.] Agora falta a construção política, que é mais delicada.
Darcísio Perondi (PMDB-RS), vice-líder do governo
Na quarta-feira, depois de uma reunião no Planalto, Perondi disse à Reuters que o governo teria hoje 250 votos, independentemente da proposta, e teria que construir um consenso nas próximas duas ou três semanas para conseguir chegar aos 308 votos necessários.
(Edição de Maria Pia Palermo)