O governo do galeguinho Belivaldo Chagas (PSD) completou três meses no domingo (31), e ainda não existe nenhum motivo concreto para comemorar nada ou alguma ação que possa vislumbrar
algo positivo no futuro. Pelo contrário. Até aqui, Belivaldo Chagas não fez o dever do
casa e não vem resolvendo nada, como exige o cenário caótico das contas públicas e dos setores vitais
reclamados pelos sergipanos.
A velha e nova administração repete os erros de um passado recente e de muitos gestões
anteriores: é apático com a obrigação de tomar decisões duras, preocupada com a
popularidade.
O Governador Belivaldo Chagas assumiu um Estado de Sergipe e disse que tinha chegado pra resolver, e resolveu comunicar ao povo sergipano que o estado está quebrado. Ela já sabia
disso a muito tempo, é fato. Também sabia que era preciso adotar medidas duras,
antipopulares e exonerar cargos de comissionados de muitos políticos que estão sem mandatos e que não contribuem nada para o estado, para enfrentar o desafio de reequilibrar as finanças públicas.
Essas medidas passam por algumas decisões que deveriam ser tomadas logo no inicio do novo governo,
revisão do quadro de pessoal, reforma do sistema previdenciário estadual;
dentre outras providências amargas.
O Governador tem se esquivado até aqui. As medidas
encaminhadas à Assembleia Legislativa, com uma ou outra exceção, sugerem a
“economia de bodega” diante de um “rombo” financeiro muito alto,
segundo dados do próprio Governo. O que mais chama atenção é que Belivaldo Chagas repete
à exaustão o discurso de que o Governo Federal tem de socorrer o Estado
quebrado, como de fato tem, mas se recusa a fazer a sua parte para receber a
ajuda de Brasília (DF).
Uma postura tão frouxa quanto nociva diante do quadro
assustador. O Governo continua acumulando um déficit de milhões por mês
com a Previdência; arrasta-se sem solução para uma dívida altíssima com salários atrasados e mantém a máquina ocupada, de alto custo, para atender
políticos, correligionários e a base de apoio na Assembleia Legislativa,
repetindo os seus antecessores.
Isso significa dizer, como resultado de uma matemática
simples, que o primeiro ano do governo do novo governo aumentará ainda mais o “rombo” nas contas públicas. Isso só com a previdência estadual. A
conta é simples: multiplique o déficit mensal, por 12
meses, que você chega a um montante altíssimo, onde se revela o desequilíbrio das contas públicas.
O fato é que o governador fez opção pelo discurso –
cômodo – populista e do sindicalismo inconsequente, em detrimento do Estado
como um todo. De positivo, apenas o apoio de classes que acreditavam que o galeguinho iria resolver alguma coisa. Ele distribuiu cargos e neutralizou o movimento de servidores públicos, tanto que,
mesmo sem ter qualquer previsão de atualizar os salários, quitar quatro folhas
atrasadas, o Governo não sofre pressão das entidades sindicais.
Mas, isso é muito pouco, ou nada, diante do tamanho da
crise que vive o Estado de Sergipe. Daqui a pouco acaba a lua de mel, e a população Sergipe vai cobrar nas ruas, sem convocar as entidades sindicais, que até pouco tempo
perturbavam a vida de ex-governadores.