quinta-feira, 22 de março de 2018

PREFEITURA, ASSEMBLÉIA LEGISLATIVA E CÂMARA MUNICIPAL, um negócio de família: seis em cada dez políticos em Sergipe têm parentes na política ou empregados em órgão público.



Palco de escândalos políticos, improbidade administrativa, crime de responsabilidade, apropriação indebita troca de acusações e agressões verbais, verbas de subvenções, funcionários fantasmas, As prefeituras, as Câmaras Municipais e a Assembléia Legislativa, são também ambientes familiares. Pelos órgãos das prefeituras e nos plenários, corredores e gabinetes, da Assembléia legislativa e Câmaras Municipais, uma bancada expressiva de parlamentares bem poderia chamar de pai, filho, tio, sobrinho, primo ou, até mesmo, de amor aqueles que tratam pelo formal Vossa Excelência.

Ao menos metade dos prefeitos e deputados têm familiares no exercício do mandato, na suplência ou funcionários de órgãos publicos. Eles estão longe de ser exceção. De pai para filho, a política sergipana virou um grande negócio de família.

Levantamento do BLOG abarraeanoticia.blogspot.com, revela que pelo menos metade dos prefeitos, vereadores e deputados, têm laços de sangue com outros políticos. Há parlamentares com sobrenomes associados à política, como Andrade, varginha, Franco, outros de influência regional e aqueles que inauguraram essa tradição.Os números são tão expressivos que fazem Sergipe superar nesse quesito o Estado de Alagoas e sua conhecida sociedade de castas. Pesquisa publicada em 2011 pelo historiador britânico Patrick French mostra que 28% das cadeiras da Câmara indiana eram ocupadas por deputados com políticos na família.

Caso a caso

Os Parlamentos de Sergipe, a árvore genealógica política é mais enraizada no interior do estado, mas tem ramificações frondosas por todo o estado e partidos em Sergipe. O papel da família na eleição de cada um dos politicos com mandato deve ser analisado caso a caso. Há descendentes de ex-senadores, ex-deputados e ex-governadores, assim como familiares de políticos de expressão regional, bem como aqueles que se elegeram conciliando a força do nome com atuação destacada em outras áreas.

Caça ao dinheiro

O cientista político Ricardo Costa Oliveira, da Universidade Federal do Paraná (UFPR), observa que, em vez de diminuir, a influência do parentesco na política, herança da colonização portuguesa, tem crescido no país, principalmente por causa do encarecimento das campanhas eleitorais.

“A política é cada vez mais um negócio de família no Brasil. As eleições estão cada vez mais caras. Muitos políticos bem sucedidos têm de organizar e possuir uma estrutura de dinheiro, uma estrutura familiar política para beneficiá-los. Os candidatos mais fortes e com boas condições de elegibilidade concentram mais dinheiro e muitas vezes contam com a família na política. Isso é um fenômeno também de reprodução do poder político”, explica o professor.