Por Michelli Duje
Hoje em dia é muito comum ver pessoas reunidas mexendo várias vezes no celular enquanto estão conversando com amigos, familiares, esposo (a) ou com o namorado (a) (Existe até um termo em inglês para definir isso: Phubbing). Esse comportamento pode se tornar um problema nos relacionamentos amorosos, porque o parceiro pode se sentir ignorado a cada “olhadinha” no celular, pensando que a sua presença não é considerada importante, sentindo-se não valorizado, porque afinal, em vez do namorado (a) prestar atenção e olhar para o companheiro, fica olhando para o celular a cada instante. Isso costuma gerar insegurança, ansiedade e irritação no companheiro, causando brigas e distanciamento do casal.
O celular não é um vilão, ele é muito útil, e se bem utilizado, facilita muitas coisas para a pessoa, poupando tempo, ajudando nas atividades do dia a dia (por exemplo: pagar contas pelo aplicativo sem precisar ir ao banco, encontrar o caminho mais fácil para chegar ao endereço desejado, …). É prejudicial quando a pessoa não tem controle sobre o aparelho (risco em desenvolver o que a psicologia chama de nomofobia, ou seja, quadro de dependência). O celular passa a ocupar um espaço maior do que deveria, atrapalhando a sua vida pessoal ou profissional. Nessas situações, o namorado (a) sente que “precisa” competir com o facebook, e-mails, whatsapp, com as postagens de selfie…. Quando a pessoa pega o celular, é motivo de brigas e desconfianças entre o casal.
Nesses casos, a qualidade da relação do casal fica comprometida por causa do uso excessivo do celular. O casal perde a oportunidade de ficar junto, de aumentar a intimidade e a conexão emocional e física, o importante “olho no olho”. Muitas vezes terminam discutindo sobre o celular em vez de conversarem sobre o que realmente é importante nessa situação: o que cada um sente; a causa do uso excessivo do celular; e por fim, estratégias para diminuir esse comportamento.
Quem usa o celular com frequência precisa refletir:
Será que uso o celular para me anestesiar e fugir dos problemas, distraindo a minha mente para não encarar aquilo que me machuca? (OBS: não quer dizer que necessariamente esteja relacionado ao casal, o motivo pode ser em relação ao trabalho, questões pessoais, …)
Tenho dificuldade de expressar os meus sentimentos e minhas vontades?
Será que sou inseguro e sinto que preciso receber curtidas e aprovações no Facebook ou no Instagram para me sentir melhor? Será que quero preencher um vazio através de os “likes”? O que é real em minha vida? Será que me engano?
As pessoas que têm dificuldade em lidar com os seus sentimentos e com os acontecimentos de sua vida (como perdas, frustração, estresse, …) podem acabar “descarregando” suas angústias no uso excessivo do celular. Por isso a pessoa precisa se conhecer melhor, para assim ter mais controle sobre a sua ansiedade e os seus comportamentos. Com maior autoconhecimento é possível encontrar o equilíbrio entre o uso de celular e a vida profissional, pessoal e amorosa.
Dicas para a pessoa que usa muito o celular:
Estabeleça limites de uso do celular, não deixe ele a vista, guarde quando você estiver almoçando, trabalhando ou conversando com alguém.
Selecione o que é realmente importante olhar, ler, responder, postar ou comentar nas redes sociais. Depois de filtrar o que é ou não necessário, determine um horário e tempo para se distrair nas redes sociais com coisas que não são importantes (vídeos, fotos ou textos que são apenas para “relaxar”).
É indicado o acompanhamento com o psicólogo quando a pessoa não consegue diminuir o uso do celular e isso causa problemas na sua vida social, ou se depois de diminuir o uso de celular o casal continuar brigando.
Fonte: http://www.michelliduje.com.br